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A História da Segurança Privada
Se entendermos que a vigilância está relacionada com a proteção de algo, sejam pessoas ou bens, teremos que remontar à pré-história e tomar como dado adquirido que, o início da vigilância se dá quando o homem vigiava a entrada da sua caverna tentando assim não ser surpreendido, por animais ferozes ou mesmo, outros trogloditas de outras tribos.
Desde os primeiros habitantes da terra passando pela era da agricultura de subsistência, em que a humanidade dava os primeiros passos da socialização, do consumo e da definição dos meios de produção; para a era da industrialização de massa, em que passou a consumir bens e serviços e, daí para a era da informação instantânea, em que começou a comunicar-se “on-line/real time”, o fator segurança passou por um longo processo de mudança. A segurança instintiva e de sobrevivência passa a ser interpretada como uma arte. Muito tempo depois, começa a sair do empirismo e a ser vista como uma ciência que precisa ser estudada continuamente.
Não há, portanto, uma data específica para este início, mas apenas “um tempo” à distância de alguns milhões de anos. A questão da segurança como defesa, sensação de está seguro, protegido contra os riscos são tão antigas quanto a existência do homem. Com a evolução do mundo, os riscos foram aumentando e já no século XVI, na Inglaterra, surgiam os primeiros “vigilantes”. Eram pessoas escolhidas por serem hábeis na luta e no uso da espada, remuneradas por senhores feudais, com os recursos dos impostos cobrados aos cidadãos.
Avançando no tempo, é no ano de 1850 que se conhece a primeira empresa de vigilância, a Pinkerton, nos Estados Unidos da América, quando o Norte-Americano Allan Pinkerton organizou um grupo de homens para dar proteção ao então presidente Abrahan Lincoln. Nascida como corpo de detectives e posteriormente, ainda nessa década, fazendo serviços de vigilância a valores e outros serviços de guarda-costas. Em 1852, que, devido às deficiências naturais do poder público, os americanos Henry Wells e Willian Fargo, criaram a primeira empresa de segurança privada do mundo, a Wellfargo.
Na Europa, a vigilância é um subproduto da revolução industrial e aparece na segunda metade do século XIX, um pouco por toda a parte, mas com grande incidência em Inglaterra e França, principalmente. Nesta época será necessário entender que a industrialização levou à feitura de bens em larga escala, sua armazenagem em condições menos boas ou precárias, e para além dos furtos, que sempre existiram, havia ainda o perigo maior dos incêndios. A necessidade de vigilância enquanto trabalho específico nasce exatamente destes pressupostos.
A partir do início de 1900 a vigilância cresce nos EUA com outras empresas e estende-se por toda a América do Norte e desta, para a América Latina. Só muito mais tarde, passados quase 100 anos (em 1996) é que uma empresa Americana, a Pinkerton aposta na Europa, havendo já nessa altura muitas empresas de vigilância ativas.
Portanto, a vigilância como proteção de pessoas e bens na Europa, tem início por volta do ano de 1920, alargando os seus horizontes para o Norte e Sul, nos anos seguintes.
Em Portugal, a primeira empresa de vigilância que se conhece em atividade, dá pelo nome de Custódia – Organização de Vigilância e Prevenção, lda., com escritura feita no cartório de Sintra, em 17 de Maio de 1965. (Ver DR nº147 – III Série de 24 de Junho de 1965). Foi fundada por suecos que eram na época, (alguns ainda o serão) acionistas da Securitas BV da Suécia.
Durante os seus dois primeiros anos manteve o nome, depois chamou-se Custódia/Securitas ainda durante um ano e depois, veio a chamar-se, já em 1975/76, Securitas-Vigilância e Alarmes, SARL. Hoje, é Securitas – Serviços e Tecnologia de Segurança, SA.
Por volta dos anos 80 dá-se a proliferação das empresas de vigilância, e tudo leva a crer que o motivo para tal crescimento tenha sido a criminalidade do pós 25 de Abril.
Algumas dessas empresas eram formadas por ex-empregados da Securitas, umas maiores e outras menores, ficando na nossa memória, nomes como a Ronda, a Sonasa, Grupo 8, Transegur, e outras mais. Na década de 90 aparecem no mercado empresas de vigilância que nada têm a ver com a Securitas, SA e apenas para citar alguns nomes conhecidos, a Prossegur espanhola, a Charon da Sonae (ou a ela ligada), a 2045 relacionada com ex-comandos, etc.
A falta de disciplina e de ética profissional sobre as leis do mercado, que se manifestaram em muitas empresas, levaram ao aparecimento da figura do Estado como entidade reguladora, através do MAI-Ministério da Administração Interna e de associações de empresas de vigilância como a AESIRF e a AES.
Por outro lado, a competitividade agressiva do mercado da vigilância tem levado a que, algumas empresas tenham adquirido outras para manterem determinadas carteiras de clientes, e com isso, tenham igualmente dispensado muitos colaboradores, que é o mesmo que dizer, deitado fora muito investimento, muito conhecimento e experiência adquirida.
Nota-se principalmente nas empresas grandes uma lacuna no que respeita à cultura empresarial, ao amor à camisola, que será por outras palavras, a perca da alma que fazia vibrar as empresas por dentro e igualmente, dentro de cada colaborador, levando-as ao sucesso.
Cada vez é mais difícil entrar para uma empresa de vigilância, pois se exige tudo aos candidatos. Algumas coisas serão por força do MAI outras, por exigência da empresa e enquanto isto, a empresa é cada vez mais despersonalizada, e um empregado, ao qual se exige a melhor colaboração, é apenas um número para a sua chefia. É pena.
Voltando ao contexto português a vigilância torna-se necessária nos anos 60 por questões da prevenção do fogo, algum furto interno, desperdício de recursos de energia elétrica e de água, pala além da presença humana sempre permanente.
Com o rolar dos anos as necessidades de segurança vão-se tornando mais exigentes e hoje, ao que parece, em qualquer empresa, a força maior está no crime em todos os seus aspectos.
Torna-se cada vez mais necessário que os agentes saibam praticar uma prevenção bem concebida de raiz, que haja disciplina no cumprimento das ordens e acima de tudo, sejam especialistas da sua função o que só se consegue com uma muito boa formação o que, infelizmente não acontece salvo excepções.
Por volta dos anos 70 aparecem no mercado os “ alarmes “ que propõem aos clientes, em geral, o binômio homem/tecnologia, muito útil e eficaz quando é de facto pensado para a prevenção efetiva, ou seja, alguém está no terreno para acudir de imediato. Nos anos 70 ainda, por força igualmente do crime generalizado, começa a florescer o serviço de transporte de valores.
O mercado da segurança em Portugal tem vindo a conhecer uma expansão sem precedentes, permitindo às empresas mais apetrechadas, e com maior variedade de serviços e produtos, tomar a liderança, do mercado.
Direi então para terminar, que actualmente, os serviços de vigilância se dividem em duas grandes áreas: A humana e a técnica.
A humana, com a vigilância em geral e os transportes de valores; a proteção e acompanhamento de pessoas; a proteção de recintos desportivos; a proteção de bares e discotecas e/ou recintos com pista de dança.
A técnica, com os sistemas de detecção de intrusão; detecção e extinção do fogo; circuitos fechados de TV e controlo de acessos.
“In Mais Vigilante” de José Miguel Araújo
Segurança privada no Brasil
A segurança privada é o ramo que trata de medidas de proteção para corporações ou indivíduos. Enquanto a segurança pública é dever do Estado, a segurança privada é uma faculdade do particular de proteger a si, sua família, seus empregados, seus bens e seus interesses, nos limites permitidos pela lei.
Conforme Portaria DPF 387/06, as atividades de segurança privada serão reguladas, autorizadas e fiscalizadas pelo Departamento de Polícia Federal – DPF e serão complementares às atividades de segurança pública nos termos da legislação específica.
São consideradas atividades de segurança privada:
– Vigilância patrimonial
– Transporte de valores
– Escolta armada
– Segurança pessoal
– Cursos de formação
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No contexto da segurança privada, a matéria-prima que move a empresa é o vigilante. Sem este profissional, a empresa não existe ou, se ele atuar com deficiência, o prejuízo não será apenas para si, mas também para sua empresa. Pensando no dia-a-dia deste profissional, elaboramos algumas dicas que servem apenas para lembrá-lo, pois se trata de algo primário. Continue lendo!